Temos vivenciado um tempo de muita chuva em nossa região. A intensidade dela não é vista assim a mais de 40 anos, segundo relatos de populares e moradores antigos de nossas cidades.
E por que está chovendo tanto assim por aqui?
O verão é uma estação que as chuvas são mais constantes, porém, no final do ano passado e no início deste ano, estão ocorrendo alguns fenómenos climáticos diferentes atuando sobre o Brasil, mais precisamente na região do Sudeste, sul do Nordeste e uma parte do Centro-Oeste, que aumenta o volume de chuva.
O primeiro fenómeno é denominado La Niña que é caracterizado pelo resfriamento anormal das águas do oceano pacífico equatorial. Ocorre em média de 7 em 7 anos. Você já deve ter ouvido falar dos 7 anos de seca e 7 anos de cheia, pois é, isto não é um mito. O fato disto ocorrer segundo os pesquisadores são as mudanças dos ciclos solares, que em épocas irradiam maior radiação em um ponto da terra, e em outras, mandam sua energia para outro local. Promovendo assim a o resfriamento das águas oceânicas. Mas os elementos água e fogo não agem sozinhos neste fenómeno, o vento também é grande responsável para trazer as chuvas para cá. Pois, uma vez que há o resfriamento naquela região, os ventos agem fazendo a circulação destas águas, desequilibrando o clima sentido o oceano atlântico, próximo onde estamos situados.
O outro fenómeno é a elevada temperatura do Atlântico tropical. Com este aumento na temperatura, favorece a formação e maior tempo de duração da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) que é o principal sistema climático de verão no Brasil. Este fenómeno é resultado de várias interações climáticas envolvendo o vento e vários sistemas meteorológicos atuando ao mesmo tempo. Interações que envolvem os oceanos, ventos, floresta amazónica, frente frias e outros fatores. Em resumo o ZCAS é um “corredor” de umidade que vai desde a Amazónia até o Sudeste do Brasil desaguando no oceano Atlântico. Vale ressaltar, que o ZCAS não é igual de um ano para o outro, seus deslocamentos e intensidades variam de acordos com vários fatores meteorológicos.
Outro fator para a grande intensidade de chuva nestes últimos tempos, apontado pelo Inmet (Instituto nacional de meteorologia) é a presença de um centro de baixa pressão atmosférica, contribuindo para o transporte de umidade sobre o centro-leste e sudeste de Minas Gerais.
Especialistas afirmam que mesmo parecendo uma anormalidade, períodos como estes de grades chuvas são normais. O que aconteceu foi uma série de fatores juntos que ocasionaram neste grande nível pluvial, fugindo um pouco do padrão de que muitos estão acostumados.
Visto que este grande aumento de chuva é um acontecimento natural podemos tirar a responsabilidade dos seres humanos e continuarmos tranquilos e sem preocupações, certo? Errado.
O fato de estar chovendo naturalmente não tira o grande erro da falta de consciência humana em vários quesitos. Estamos convivendo recentemente com várias notícias sobre enchentes, alagamentos, deslizamentos e muitas outras perdas materiais e até mesmo físicas. E o por qual motivo isso ocorrer?
A impermeabilização do solo é um dos fatores. A maioria das cidades constroem suas ruas com asfalto não permitindo a água infiltrar no solo, causando assim enchentes e alagamentos.
A destinação incorreta dos lixos é outro fator. Os mesmos descartados em locais indevidos acabam acumulando em vias públicas entupindo bueiros, trazendo novamente enchente e doenças para a população.
Problemas de drenagem também são um fator, pois a medida que a cidade vai crescendo e infraestrutura não acompanha, os encanamentos não suportam o fluxo da água e contribuindo assim para mais enchentes e alagamentos.
A ocupação inapropriada do solo é um fator crítico que põe em risco vidas e bens materiais. Uma vez que se constrói a beira de rios, barrancos etc., em épocas de chuva a capacidade de drenagem é limitada podendo causar desabamentos.
As chuvas são essenciais para a manutenção do nosso ecossistema, ela carrega a água que é a ferramenta principal da vida. Devemos respeitá-la e tomar os devidos cuidados para com ela.
Nos vemos na próxima coluna onde voltarei a falar um poucos mais sobre nossas belezas naturais, até logo!
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